De braços dados com a alegria e a acessibilidade

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O projeto “Acessibilidade na Praça” levará estudantes deficientes ao espetáculo A Festa no Céu, na Praça dos Três Poderes

Alegria,alegria. Bonecos, circo, contação de histórias e música. Este é o espírito do projeto Acessibilidade na Praça que será realizado de terça a quinta-feira (22 a 24/03), com horários variados (cronograma abaixo) na parte interna do Salão Negro, do Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes.

Serão 12 apresentações da atriz e cadeirante Jarlene Maria com contação de história e teatro de bonecos para o público infantil, inspirado no conto popular intitulado “A festa no Céu” que trata da temática do preconceito e acessibilidade. O projeto contará com ônibus para levar estudantes deficientes gratuitamente para um passeio cultural no local onde serão realizadas todas as apresentações. Este projeto é patrocinado pelo Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC-DF), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (SECEC-DF), do GDF

“Acessibilidade na ” é dedicado às crianças deficientes, com idade entre 06 a 10 anos oriundas de famílias residentes em localidades de baixo IDH (índice de desenvolvimento humano) matriculadas em creches e centros de ensino infantil, públicos ou filantrópicos que serão levadas em ônibus escolar para participar das atividades na praça, além de público em geral e turistas.

Segundo a produtora executiva do projeto, a palhaça Alegria Cadeirante, Jarlene Maria de Oliveira, o projeto vai realizar  intervenções artísticas dedicadas à infância e turismo patrimonial,  mostrar obras artísticas e literárias produzidas no DF, realizar o registro em vídeo para que o grupo possa ter material audiovisual para difusão da iniciativa Brasil e no exterior.

A Palhaça Alegria Cadeirante explica que as apresentações no parque contarão com músicas sobre acessibilidade e conscientização para o respeito às diferenças para estudantes.

Para o diretor artístico da iniciativa, Marco Augusto Rezende, levar, não para qualquer praça, mas a que se posiciona entre Três Poderes, ” infância e cultura popular é uma dádiva! “, avalia o bonequeiro.

Cronograma

*22/03 – terça* 9h – CEE 02 10h – CEEDV 11h – CEEDV 14h – CEE02 *23/03- quarta* 9h e 10h 14h30 e 15h30 *EC 404 Recanto das Emas* *24/03 – quinta* 9h e 10h 14h30 e 15h30 *EC 404 Recanto das Emas*

Palhaça Alegria Cadeirante

A palhaça Alegria Cadeirante, Jarlene Maria de Oliveira, tem paralisia cerebral e diplegia espástica e com muito talento e alegria realizatrabalhos como atriz de teatro, indo a  creches, escolas, orfanatos e pediatrias de hospitais públicos encantando a todos que têm a oportunidade de conhecer essas significativas ações.

Jarlene, quando pequena, não teve acesso a espetáculos teatrais, e um dia, resolveu criar o Palhaço Alegria Cadeirante para levar os temas da inclusão e acessibilidade para as crianças.

“Eu sempre fiz tudo sozinha: fui atrás de minha roupa de palhaço, das brincadeiras, de pensar do que ter no espetáculo, da divulgação… Fico super satisfeita quando, hoje aos 41 anos de idade, consigo aprovar um projeto e poder incrementar o meu trabalho e chegar a mais e mais crianças”, revela a artista.

Acessibilidade múltipla

Para ser fiel à proposta de acessibilidade, a equipe do projeto vai realizar uma série de importantes medidas para que as crianças possam aproveitar as apresentações da melhor maneira possível como intérpretes em LIBRAS em todas as sessões, divulgação direcionada e indicação em todas as peças de divulgação.

Além disso, em todas as apresentações os assistentes de produção recepcionam o público juntamente com os intérpretes em LIBRAS. As pessoas com necessidade especiais são identificadas e adentram ao espaço com o auxílio dos assistentes de produção e seus acompanhantes na seguinte ordem: primeiro os deficientes visuais, o elenco da peça faz uma rápida explanação sobre o espetáculo e permitem que os presentes, que quiserem tatear seus bonecos, figurinos, faces e escutem as vozes dos personagens para que possam ser identificados durante a encenação. Em seguida recebem um fone de ouvido sem fio para escutar a áudio descrição. Esse processo leva em média 10 minutos e não é considerado atraso no início do espetáculo.

Em seguida os portadores dificuldade de locomoção adentram ao espaço com o auxílio dos assistentes de produção e seus acompanhantes. Depois os deficientes auditivos adentram ao espaço juntamente com seus acompanhantes e ocupam lugares reservados próximos aos intérpretes em LIBRAS. Por último adentra ao espaço o público em geral.

Ações de Acessibilidade Cultural

Marco Augusto enfatiza que as apresentações contarão com ações de acessibilidade cultural. “Está inclusa no projeto a audiodescrição para os deficientes visuais por meio de fone de ouvido sem fio. O narrador fica em uma cabine com proteção acústica de onde as ações serão narradas sem vazamento de som para os demais expectadores. Ou seja, teremos apresentações em que a inclusão não é apenas mais uma palavra bonita e solta, mas algo concreto e que fará a diferença”, finaliza o diretor artístico do projeto.

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