Laudo comprova que Natália foi agredida antes de morrer no Lago Paranoá

Facebook
Twitter
LinkedIn

Inquérito da 5ª Delegacia de Polícia do DF foi concluído nessa segunda (29/4) sem exame toxicológico do suspeito, quebra de sigilo de celulares e análise das imagens do investigado em lanchonete após sair do clube

A conclusão do inquérito do caso Natália pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) traz laudo que comprova que Natália Ribeiro Costa, 19 anos, sofreu agressões físicas antes de morrer no Lago Paranoá no dia 31 de março, no Clube Almirante Alexandrino. Defesa da família refuta hipótese de afogamento por acidente e aponta novas evidências em documento enviado ao Ministério Público (MP). Wendel Yuri Caldas foi indiciado por omissão de socorro.

O “laudo de exame do local de corpo encontrado” de Natália contradiz o laudo cadavérico e pode causar reviravolta no caso de repercussão nacional. A análise do Instituto de Criminalística da Polícia Civil aponta a presença de “equimoses” no braço direito e na pálpebra esquerda da vítima. A advogada Juliana Porcaro, que representa a família de Natália, explica que estes tipos de lesões somente são possíveis em vida, o que poderia comprovar que Natália sofreu agressão física instantes antes de morrer.

“O artigo cientifico anexado ao documento endereçado ao MP afirma que ‘equimoses são prova irrefutável de reação vital’. Ela sofreu agressões, sim, em vida. Ao conjugar com o vídeo do lago e as imagens da lanchonete registradas 21 minutos apenas após o afogamento, parece muito claro que o suspeito narra uma briga”, avalia.

Ela também destaca trecho do inquérito policial, que evidencia que as lesões não foram causadas após a morte: “Os peritos criminais não possuem elementos materiais para determinar em que circunstâncias as equimoses encontradas no corpo de Natália foram produzidas, não sendo possível correlacionar com o evento do afogamento em questão”, afirma o documento da Polícia Civil.

Contradições

Juliana Porcaro acredita que é de interesse social que os fatos sejam elucidados, por isso, ela pede ao MP a reconstituição do crime. A criminalista, que chamou a atenção do país por investigar por conta própria o caso, afirma que o homicídio ainda é a sua principal linha de trabalho. E classificou como “graciosas” as afirmações da Polícia Civil no relatório final do caso, que conclui afogamento acidental e indicia o suspeito por omissão de socorro.

“Se os peritos dizem no laudo que não há como saber o ponto exato do afogamento, como é que o delegado afirma que o local que ela se afogou tem entre dois e três metros de profundidade?”, questiona.

A afirmação de que Natália teria se afogado sozinha também foi criticada pela advogada. Ela aponta que o laudo do vídeo  das câmeras de segurança do Grupamento dos Fuzileiros Navais traz “descrição minuciosa” de movimentações e aproximação entre Natália e Wendel Yuri.

“É somente quando os corpos se fundem, que Natália dá sua última imergida e não volta mais. Ele se afasta e fica olhando para o local por aproximadamente 2 minutos. O delegado não poderia de forma alguma ter afirmado que ela se afogou sozinha.”, contesta.

Outra afirmação da Polícia Civil considerada grave por Juliana Porcaro é de que os arranhões encontrados no corpo de Natália foram provocados por “correntes marítimas” e “fauna do local”.

“O laudo afirma que o corpo foi arrastado e, na nossa interpretação, considerando o vídeo do lago com o laudo cadavérico, isto ocorreu quando o suspeito retornou ao lago e nadou abaixado”, afirma.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Mais DF Notícias

Mais DF Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *