As aulas serão ministradas pela plataforma Google Classroom, no contraturno escolar, duas vezes por semana, de 28 de setembro a 15 de dezembro. Os interessados podem se inscrever até a próxima segunda-feira (21) – ou enquanto houver vagas disponíveis – nos sites do Instituto Campus Party ou da Secti. Não há custo algum para os alunos.
O objetivo da iniciativa é estimular a qualificação profissional de jovens em situação de vulnerabilidade, com geração de renda e capacitando-os para a mão de obra especializada no ramo de tecnologia. O projeto está alinhado a uma das metas do governador Ibaneis Rocha, que é transformar Brasília em uma cidade inteligente e que atraia cada vez mais empresas para a formação de um parque tecnológico na capital do país.
O GDF é o primeiro federativo a incluir a formação tecnológica em suas políticas públicas. Além de sediar anualmente o maior evento de tecnologia do mundo, a Campus Party, o DF conta com 12 laboratórios de robótica de acesso público, o Include DF. Em todo o país, propostas semelhantes são de entidades privadas.
“O que queremos é deixar um legado para o DF, algo que ultrapasse as políticas de um só governo e se perpetue”, afirma o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Gilvan Máximo.
Para participar
É necessário ter entre 10 e 18 anos, ser aluno da rede pública do DF e ter acesso a um computador, tablet ou celular com acesso à internet. O curso chegou a ser iniciado presencialmente em fevereiro deste ano, mas foi interrompido logo depois em razão da pandemia de Covid-19. Agora, teve a grade adaptada ao novo modelo.
Coordenador dos laboratórios Include, Roger Diego Aragão garante que a distância dos professores e o uso de materiais domésticos não comprometerão o aprendizado. “Pelo contrário. A tecnologia não está relacionada só às peças e equipamentos eletrônicos.”
Para leigos
É fato que não é simples para quem nunca estudou o assunto entender o que são domótica, automação, programação, arduíno, microcontroladores, simulações de modelagem 3D e pepakura. Mas estes serão alguns dos aprendizados que crianças e adolescentes terão no curso e poderão aplicá-los profissionalmente.
“O aluno não vai sair do curso sabendo fazer um robô, mas terá iniciação científica capaz de aplicar em pequenos negócios de suas comunidades, como na automação de portões eletrônicos, programação de acessos biométricos e de impressoras 3D. Será um gerador de renda”, destaca o coordenador do processo Include no DF, Anderson Freire.
A estudante Vitória Machado da Silva, de 11 anos, já se inscreveu para no Robótica Desplugada. Ela foi uma das alunas que interromperam o aprendizado no começo do ano, com a suspensão das aulas presenciais no DF.
Nas duas aulas que teve antes da suspensão das atividades, Vitória aprendeu a manipular luzes de LED. E já tem um propósito. “Quero ser professora de robótica quando crescer”, vislumbra.
Mãe da estudante, Thaynara Machado comemora a proposta do curso à distância. “Vai promover a interação com outros jovens, além de fazê-la aprender coisas novas e gastar um pouco da energia acumulada dentro de casa.”
Rede no DF
O DF já tem 12 laboratórios de robótica de acesso público no Paranoá, no Itapoã, na Estrutural, em Samambaia, no Gama, em Santa Maria, no Café sem Troco, em Águas Quentes, no Recanto das Emas, em Ceilândia, no Sol Nascente e no Parque Tecnológico de Brasília (Biotic), na Granja do Torto.
FONTE: Gilvan Máximo, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação