Sudoeste tem a primeira composteira pública urbana de Brasília

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Equipamento feito pelo SLU em parceria com administração regional vai transformar resíduos orgânicos em adubo para horta comunitária do parque da região

Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger

“Isso dará a eles a chance de sair da condição de grandes geradores de lixo e, ao descartarem menos, poderem deixar de pagar taxa extra pela coleta”Silvio Vieira, diretor-presidente do SLU

O Sudoeste é a primeira região administrativa de Brasília a ter uma composteira pública urbana. Construído pelo Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da administração regional e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), o equipamento vai transformar resíduos orgânicos em adubo e atender a produção da horta comunitária localizada na lateral do Parque Bosque do Sudoeste.

A composteira segue modelo construído no mês passado na Usina de Tratamento Mecânico Biológico do SLU no P Sul, em Ceilândia. No primeiro trimestre deste ano, o espaço foi responsável por produzir e doar a pequenos e médios produtores rurais cerca de 832 toneladas mensais de resíduos orgânicos de outras origens.

Anelise Pulschen e Ykuyo Nakamura comemoram o novo equipamento, que vai transformar resíduos orgânicos em adubo e atender a produção da horta comunitária construída na lateral do Parque Bosque do Sudoeste | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

A proposta da composteira do Sudoeste é que, além da comunidade, restaurantes parceiros da região abasteçam a estrutura com resíduos orgânicos – como restos de alimentos não cozidos, casca de ovos e frutas, borra de café, saquinhos de chá.

Os resíduos orgânicos são responsáveis pela produção de 50% do lixo recolhido no DF. O governo tem investido na expansão da coleta seletiva e estimulando a produção de composteiras em condomínios residenciais

“Isso dará a eles a chance de sair da condição de grandes geradores de lixo [quem produz 120 litros por dia] e, ao descartarem menos, poderem deixar de pagar taxa extra pela coleta”, ressaltou o diretor-presidente do SLU, Silvio Vieira.

Os resíduos orgânicos são responsáveis pela produção de 50% do lixo recolhido no DF. O governo tem investido na expansão da coleta seletiva – que gera renda para os catadores e já abrange quase 100% da área urbana –, estimulando a produção de composteiras em condomínios residenciais.

Além de ensinar como fazer a coleta (veja aqui), o órgão disponibiliza técnicos para orientar na construção e montagem da estrutura. A composteira do Sudoeste foi planejada pela engenheira ambiental do SLU Mayara Menezes. “Ao definirmos estratégias, conseguimos reduzir bastante o que é aterrado no aterro sanitário e que pode poluir o meio ambiente”, disse ela.

Ao custo aproximado de R$ 4 mil, a estrutura é própria para depósito e compostagem de materiais orgânicos que, em vez de serem descartados na natureza, são transformados em húmus. O adubo do solo com esse material rico em matéria orgânica deixa a terra mais porosa, mantendo a água à disposição das plantas por mais tempo.

Ao lado da composteira foi construída uma caixa para descarga do biofertilizante, líquido que, diferentemente do chorume, que não tem contato com o oxigênio e é poluente, é ainda mais rico em componentes orgânicos para adubação.

“Já recebemos apoio do governo por meio da Emater, com ferramentas, e estávamos batalhando por adubo. Agora, com a composteira, nem vamos mais precisar”Ykuio Nakamura, moradora do Sudoeste

O administrador regional do Sudoeste, Júnior Vieira, garante que a proposta é seguir a orientação do governador Ibaneis Rocha de atender a população no que for preciso. “E a construção da composteira para a nossa horta comunitária, que produz alimentos, ervas medicinais e agora adubo, vai de encontro a isso”, ressalta.

As moradoras Ykuio Nakamura, 78 anos, e Anelise Pulschen, 59, são duas das responsáveis pelo cultivo de hortaliças, frutas e plantas medicinais na horta comunitária do Bosque do Sudoeste. Até então fazendo a compostagem de orgânicos em menor escala por meio de um minhocário, elas agora se sentem animadas com o novo equipamento.

“Já recebemos apoio do governo por meio da Emater, com ferramenta,s e estávamos batalhando por adubo. Agora, com a composteira, nem vamos mais precisar”, comemora Ykuio.

 

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