Começa desmobilização de leitos exclusivos para Covid-19

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Okumoto: “O plano é muito responsável, pois consegue determinar, por meio dos dados existentes, quais os percentuais que temos naquele dado momento” | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

Nesta sexta (9), em coletiva de imprensa no Palácio do Buriti, a Secretaria de Saúde (SES) e o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) apresentaram o plano de desmobilização de leitos exclusivos para Covid-19 na rede pública do DF. Participaram do anúncio o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Petrus Sanchez, e o diretor-presidente do Iges-DF, Paulo Ricardo Silva.

Segundo a SES, tal estratégia começou a ser aplicada devido à atual desaceleração nas taxas de disseminação do novo coronavírus. A desmobilização, no entanto, é de maneira gradual (em intervalos mínimos de sete dias) e obedecendo obrigatoriamente aos seguintes critérios: média móvel de óbitos em queda por duas semanas seguidas; taxa de transmissão inferior a 1,0 por duas semanas seguidas; e taxa de ocupação de leitos mantida abaixo de 70% por, pelo menos, uma semana da última ação – contanto que, após efetuada a desmobilização, não supere 80%.

769 leitosexclusivos para Covid-19 no auge da pandemia

O objetivo do plano é fazer com que os leitos, que estavam reservados exclusivamente para a Covid-19, possam voltar a atender internações de pacientes com outras enfermidades. Atualmente o DF conta com 580 leitos exclusivos para tratamento de Covid-19 com suporte de ventilação mecânica. A taxa de ocupação registrada nesta sexta-feira (9) foi de 60,71%.

Planejamento

A desmobilização dos leitos da Covid-19 pode ocorrer de três maneiras: a conversão, quando o leito volta a atender internações por outras enfermidades; a reversão, quando o leito deixa de atender pacientes com Covid-19, mas não serão mais de internação; e a devolução, modalidade que ocorre com leitos que foram contratados para a rede da SES.

Nos últimos dias houve a desmobilização de 233 leitos e, para cada tipo deles, um cronograma específico com fases distintas. Os de terapia intensiva (UTI), por exemplo, possuem 11 etapas. Já os de cuidado intensivo (UCI), cinco fases. Por último, os de enfermaria, com seis partes. No auge da pandemia, a SES atingiu um total de 769 leitos exclusivos para a Covid-19.

| Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

“O plano é muito responsável pois ele consegue determinar, por meio dos dados existentes, quais os percentuais que temos naquele dado momento. Ele ficou pronto no início da semana e foi apresentado ao governador Ibaneis, para que ele pudesse tomar conhecimento da estratégia. Depois de todas as explicações técnicas necessárias, ele o validou para que a gente pudesse estar, hoje, realizando essa coletiva”, explicou Okumoto.

A SES também reforça que a desmobilização dos leitos não é algo definitivo, pois vão seguir os critérios das análises semanais provenientes do Comitê de Operações Emergenciais. “A Covid-19, por ter comportamentos distintos, faz com que o plano também preveja a sua suspensão da desmobilização e, em um momento seguinte, o início de uma remobilização”, ressaltou Petrus Sanchez.

Hospitais de campanha

No próximo dia 20, o Hospital de Campanha do Estádio Mané Garrincha também será desativado. Em quase cinco meses de operação, a unidade, que possui 197 leitos, recuperou 1.755 pacientes. Atualmente, 38 pacientes estão internados no local e serão transferidos para outros hospitais da rede pública até o dia da desmobilização completa.

O DF, no entanto, não ficará sem uma unidade de retaguarda para pacientes com a Covid-19. De acordo com a SES, o Hospital de Campanha de Ceilândia, que contará com 60 leitos, está em fase final de estruturação, deve ser entregue no início de novembro e representará um legado para a saúde do DF, como explica o secretário de Saúde.

“Futuramente, quando a pandemia do novo coronavírus se encerrar, ele se transformará no Hospital Materno-Infantil de Ceilândia”, arrematou Okumoto.

Retorno das cirurgias eletivas

Apesar da situação atípica, as cirurgias oncológicas e cardíacas, além dos transplantes de órgãos, foram realizadas normalmente durante o período mais crítico da pandemia. Agora, com a atual fase mais branda, as cirurgias eletivas retornarão ao cronograma da SES, inicialmente com os pacientes oftalmológicos.

No Hospital de Base os cronogramas de outras enfermidades também serão retomados, como explica o diretor-presidente do Iges-DF. “Considerando o momento de curva descendente dos casos de Covid-19, estamos dando vazão a uma demanda reprimida de cirurgias de câncer de mama e de procedimentos ginecológicos e otorrinolaringológicos”, concluiu Paulo Ricardo Silva.

FONTE: FLÁVIO BOTELHO, DA AGÊNCIA BRASÍLIA * | EDIÇÃO: FÁBIO GÓIS

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