Comissão da Covid-19 recebe denúncia sobre Hospital de Campanha do Mané Garrincha

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Os integrantes da Comissão Especial da Covid-19 no Distrito Federal foram pegos de surpresa com a revelação de um integrante da Secretaria de Saúde sobre o contrato de um dos hospitais de campanha instalados em Brasília no ano passado. A deputada federal Paula Belmonte, relatora da comissão ingressou um pedido de informações ao GDF. O acordo previa 200 leitos de UTI a serem instalados na unidade do estádio Mané Garrincha, mas os pacientes contaram apenas com leitos de enfermaria.

“Quando o projeto nasceu, estava previsto que houvesse 200 leitos de UTI. Foi descrito como UTI, visualizado, mas, na prática, quando a primeira visita foi feita pelos executores do contrato, notou-se que eram 197 leitos de enfermaria. É por isso que eles não foram autorizados a serem pagos o restante dos contratos e está sob investigação. Então o pagamento está suspenso e houve, sim, um problema entre o contrato e a execução”, disse Alexandre Garcia Barbosa, subsecretário de Atenção Integral à Saúde do Distrito Federal.

Com essa informação, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) recomendou que os pagamentos à empresa contratada fossem interrompidos. Na mesma reunião, o promotor de Justiça Georges Seigneur negou que houvesse qualquer pedido do Ministério Público do Distrito Federal para que o hospital de campanha fosse desativado, versão adotada pela gestão de Ibaneis Rocha (MDB) para fechar a unidade.

A Comissão também recebeu relatos de que a estrutura do Mané Garrincha não tinha condições adequadas para receber leitos de UTI. Esse é outro questionamento que os parlamentares devem fazer à Secretaria de Saúde. Se não era possível que o estádio abrigasse leitos para pacientes graves, por que o GDF assinou um contrato nesses termos?

A deputada Paula Belmonte vai protocolar um pedido formal de informações à Secretaria de Saúde sobre a suspeita. Para a parlamentar, houve negligência do governador. “É um absurdo, todo dia surge uma denúncia, uma irregularidade. É muito grave firmar um contrato de UTIs e não entregar para a população. Temos centenas de pessoas à espera de um leito. Hoje, Brasília não está sendo contemplada com essas UTIs porque houve um erro”, criticou.
Pedido de informações para a Secretaria de Saúde

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