Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Rosualdo Rodrigues
A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa) estipula metas de volume mensais, conforme a curva de referência anual, para preservar o recurso e evitar quaisquer imbróglios relacionados ao fornecimento. Com o alcance do objetivo, o nível do reservatório é considerado confortável para não prejudicar a população.
O superintendente de Recursos Hídricos da Adasa, Gustavo Carneiro, afirma que, mesmo com o nível positivo, não pode haver desperdício. “A situação está tranquila, mas não podemos cruzar os braços. A população continua crescendo, a demanda aumentando e os nossos recursos são limitados. É por isso que temos que melhorar os nossos sistemas e, do outro lado, a população deve fazer a sua parte, se não a conta não fecha”, avalia Carneiro.
“Em qualquer setor da atividade, seja residencial, comercial ou agrícola, devemos buscar o uso consciente da água, no momento e na quantidade necessária. Caso contrário, o recurso está sendo desperdiçado”Gustavo Carneiro, superintendente de Recursos Hídricos da Adasa
“Em qualquer setor da atividade, seja residencial, comercial ou agrícola, devemos buscar o uso consciente da água, no momento e na quantidade necessária. Caso contrário, o recurso está sendo desperdiçado”, frisa ele. O nível dos reservatórios do Descoberto e Santa Maria é atualizado diariamente e pode ser acessado neste link.
O mês atual, ainda no dia 16, superou a média pluvial prevista pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Foram registrados 310 milímetros no período – 22% acima da meta, que era de 253 milímetros.
Entre maio e setembro, o brasiliense é castigado com o tempo seco, marcado pela baixa umidade e estiagem. As primeiras chuvas aparecem em outubro e se mantêm até março próximo. Portanto, assim como nos anos anteriores, o clima não deve mudar e as festas de final de ano devem ser repletas de temporais.
“Para dezembro, não há nenhum indicativo de que o tempo seque. A previsão é de que a média fique ligeiramente acima do normal, tendo em vista que é um dos meses em que mais chove no DF”, afirma a meteorologista do Inmet, Maiane Araújo.
Garantia
O fornecimento de água no DF ocorre por um sistema interligado por diversas fontes do recurso, entre elas o Descoberto, Santa Maria, a Bacia do Pipiripau e, mais recentemente, Corumbá. “Hoje, não conseguimos determinar exatamente quais áreas ou populações são abastecidas por quais reservatórios devido ao sistema interligado. E isso é uma vantagem, pois se eu tenho dificuldade em algum reservatório, posso pegar em outro. Mas, por questões de energia e engenharia, normalmente as áreas mais próximas de um manancial recebem água dele”, explica Carneiro.
O GDF investe na segurança hídrica da população. O Sistema Produtor de Água do Corumbá, inaugurado em abril, é uma prova do esforço contínuo. Trata-se de uma adutora de água bruta, composta por uma tubulação de aço com diâmetro de 1,2 metro e capacidade de 2,8 mil litros/segundo, suficiente para abastecer 1,3 milhão de pessoas do Goiás e do DF.
Segundo o diretor de Operação e Manutenção, Carlos Eduardo Borges Pereira, a Caesb tem trabalhado de forma ininterrupta para garantir a segurança hídrica, tanto em termos de quantidade como de qualidade. Uma das estratégias é a melhoria na capacidade de produção.
“Tivemos um aumento significativo de 30% na produção e na captação de água disponibilizada à população. Com o reforço significativo do Sistema Corumbá, conseguimos poupar o Sistema Descoberto e fazer com que o nível do reservatório diminuísse mais devagar até a chegada do período chuvoso”, explica o diretor.
Os esforços da companhia são direcionados a diferentes linhas de atuação, desde a ampliação de sistemas produtores de água, monitoramento da perda do recurso, instalação ou reforma de unidades operacionais, entre outras.