Projeto grafita paradas de ônibus em São Sebastião

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Artistas voluntários usam materiais doados por empresários locais para espalhar ilustrações pela cidade. Ação é gerenciada pela administração regional

As cores tomam conta de São Sebastião. É ali, nas paradas de ônibus, onde milhares de pessoas passam diariamente, que o cenário muda de tom. Ilustrações com cores vivas deixam para trás a sujeira, pichação e colagem irregular de cartazes. O projeto de pintura de paradas, gerenciado pela Administração Regional da cidade, coloriu oito pontos em 2019. Neste ano, o primeiro de 12 já está passando pela intervenção, sem custos ao Governo do Distrito Federal.

Dois artistas voluntários fazem parte do projeto. Eles doam o talento, enquanto comerciantes locais fornecem o material necessário para as obras a partir da articulação dos gestores da regional. Cada abrigo precisa de cerca de R$ 1.400 de investimento e um preparo para receber a intervenção. A administração pública faz limpeza completa.

“Entregamos uma tela em branco para os grafiteiros”, resume Ataliba Rodrigues, coordenador de Licenciamento de Obras da Administração Regional de São Sebastião. Ele explica que as áreas selecionadas não são escolhidas à revelia. “Ouvimos a comunidade e buscamos locais mais afetados por depredação, pichação ou colagem de cartazes, o que não é permitido”, diz.

A medida é usada para promover e incentivar a conscientização. “O abrigo é um patrimônio público, deve ser cuidado por todos. Com a pintura, dá sensação de ocupação do Estado”, observa Ataliba. Dos oito pontos coloridos no passado, apenas um sofreu vandalismo. Agora, a meta é colorir mais 12 paradas na cidade, o que deve levar cerca de 30 dias.

Embelezamento e conscientização

Tudo acontece graças à Maria Arcila. Hoje com 17 anos, a estudante bateu na porta da Administração Regional de São Sebastião pedindo autorização para grafitar uma parada, que estava cheia de poluição visual. A iniciativa casou com a vontade dos gestores de levar mais cor à cidade. A parceria, que vem desde o ano passado, é usada para divulgação do trabalho da artista que vive na região.

Munida de máscara, luvas e a calça suja de tinta, ela leva de três a quatro horas para passar o desenho feito no caderno para a parede. Mas o recorde, lembra, foi uma produção de duas horas e meia. “A melhor sensação que existe é ouvir um elogio ou ter reconhecido. Me sinto muito realizada. Com o projeto, ganho experiência e divulgo meu trabalho”, diz a grafiteira, que assina como Tequila.

Pelas ruas, as cores vivas chamam atenção e servem até como cenário para fotografias. Quem passa, não esconde a admiração. “Que lindo, vó”, gritou, de longe, a pequena Noemy, de seis anos, quando viu a pintura sendo feita em um ponto da Avenida São José. A avó, Elaine da Silva, diarista de 45 anos, elogia a ação: “Torna a cidade bonita, elegante, transforma em ponto turístico e evita pichação. É excelente!”.

Nascida e criada na região, a pensionista Vânia Cândida, 54 anos, espera que as intervenções conscientizem a população. “A cidade fica linda. Que conserve assim, sem ninguém passar nada por cima. Essas cores dão outra vida às paradas”, garante. São Sebastião tem 87 pontos de abrigo para passageiros de transporte público, sendo que 32 ainda podem receber outras etapas do projeto.

Fonte: Jéssica Antunes / Agência Brasília
Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

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